Resumen:
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Considera as questões que permeiam o domínio de intersecção entre as áreas de Ciência de Informação (CI) e Educação bem como o papel de educadores e profissionais da informação como agentes comprometidos com as transformações sociais. Analisa as relações entre as áreas de CI e Educação presentes em corpus selecionado a partir da produção científica periódica da CI. Estabelece a aproximação de ambas as áreas adotando categorias temáticas definidas em estudo de Bufrem (2015), oriundas do Tesauro Brased. Analisa um corpus de 447 artigos científicos recuperados na Base Referencial de Artigos de Periódicos em Ciência da Informação (Brapci) pelos descritores ensino, aprendizagem e educação nos campos título, resumo e palavra-chave no período de 1972 a 2014. A escolha da base justifica-se pela contribuição que vem dando aos estudos analíticos, críticos e descritivos sobre a produção editorial da CI, ao subsidiar estudantes, professores e outros pesquisadores da área. Utiliza a bibliometria e a análise de conteúdo como modalidade metodológica para coleta e análise dos dados empíricos obtidos, adotando seis categorias para a análise de conteúdo: Meios de Ensino, Modalidades de Educação Especial, Biblioteca e Escola, Gestão e Compartilhamento do Conhecimento, Educação e Informação, Curso e Currículo, justificando esse recorte pela sua significativa incidência. Como resultado, mostra que o periódico mais devotado ao tema é a Revista Educação Temática Digital, com 25,8% de toda a produção distribuída em outras 34 revistas, entre as quais se destacam as revistas Perspectivas em Ciência da Informação e a ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina. Destaca o aumento da produção de artigos sobre o tema, na década de 2000, indiciaticamente decorrente de marcos históricos, como por exemplo, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação e as Diretrizes Curriculares dos cursos de Arquivologia, Biblioteconomia e Museologia ministrados no país. Aponta os anos de 2007, 2009 e 2013 com maior número de artigos relacionados ao interdomínio de Educação e CI, com oscilações inferiores para os outros anos da referida década. Constata que a Educação tem sido pensada no contexto de uma constante evolução tecnológica, o que altera de forma significativa as práticas pedagógicas e evidencia o papel do profissional e pesquisador da CI. Finalmente, considera que as relações destacadas na literatura foram corroboradas pelos marcos históricos e fundamentos teóricos da CI remontados na análise. Conclui que a complexidade imposta à sociedade pela tecnologia exige cada vez mais a relação dialógica entre domínios e a descoberta de novos meios para o trabalho interdisciplinar e para o ensino, a fim de que os campos científicos possam resolver seus problemas e tratar e seus objetos com maior profundidade e que o ensino seja reformulado a atender as demandas sociais.
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