Resumen:
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Desde a Declaração de Budapeste em fevereiro de 2002 que se discute a questão do acesso livre e universal ao conhecimento científico, procurando explorar as potencialidades abertas pela tecnologia digital e o modo como os processos e produtos da informação científica se enquadram neste novo contexto. Este trabalho tem como objetivo aferir as potencialidades do resumo científico na área das Ciências da Saúde dando-se enfâse ao papel da sua estrutura como elemento chave no cumprimento das funções de representação do conteúdo dos documentos em dois contextos distintos: Acesso Restrito (AR) e Acesso Aberto (AA). A metodologia utilizada é qualitativa, subdividida em duas fases, revisão da literatura e estudo de caso, este centrado na análise comparativa dos resumos de duas revistas científicas de relevo na área da Saúde publicadas em distintos contextos: a PLoS One (AA) e a Nature (AR). Os resultados apontam para a compatibilidade estrutural entre os resumos analisados nas duas revistas, observando-se, contudo, que os resumos da Nature não apresentam estrutura, ao contrário de uma percentagem significativa dos existentes na PLoS One. Quanto à extensão dos resumos da PLoS One, estes apresentam uma maior dimensão do que os da Nature e número de artigos publicados na primeira é superior ao da segunda. Por último, observa-se que a secção de referência dos resumos da PLoS One contempla um número mais significativo de elementos do que a da Nature. Conclui-se pelo reconhecimento do resumo enquanto recurso de excelência na divulgação, atualização e seleção da literatura científica, independentemente dos contextos de acesso em que se insere, sendo possível através dele determinar a pertinência dos conteúdos dos artigos e, ainda reconhecer a sua vantagem num contexto de acesso restrito, enquanto, eventual substituto do documento que representa e num contexto de acesso aberto enquanto filtro na seleção dos artigos pertinentes.
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